domingo, 14 de março de 2010

Entre sem bater na porta...

Desde a pré-história os homens já tratavam de suas doenças, mesmo que de forma animalesca, limpando-se e usando do frio para alívio da dor, por exemplo. Com o surgimento da civilização, o sobrenatural tornou-se inerente a todas as coisas: a doença era um castigo dos deuses, seja de Ninib, deus da saúde na Mesopotâmia, Namtaru, deus da dor de garganta, ou Higea, deusa da higiene para os gregos. Entre tais havia Panacéia, filha de Esculápio, deusa da cura. Aquela que, talvez, era clamada com mais força e fé, diante de momentos em que os filósofos naturais da Grécia estavam de mãos atadas.
A Grécia trouxe o ângulo natural e biológico à Medicina. Tales de Mileto foi um dos primeiros a desvincular a ciência do sobrenatural, seguido de Pitágoras, Aristóteles e, mais tarde, Hipócrates. Iniciaram-se os estudos de anatomia e patologia, maior aprimoramento dos tratamentos e técnicas de diagnóstico. Foi assim nesses mais de 2400 anos até hoje. O olhar cada vez mais centrado no visível e a busca frequente de certezas, técnicas e minuciosidades. Por isso é que filosófos como René Descartes, Pasteur e Darwin são mundialmente conhecidos, pela dimensão que suas teorias atingiram.
Ainda há muito o que desvendar. As sociedades sempre estarão distantes de um conhecimento completo das coisas, e o sobrenatural nos auxilia no tanto que ainda resta. É conjunto. Panacéia também está na luta pela descoberta da cura da AIDS, Higea lembrando da lavagem das mãos antes do almoço e Esculápio acompanhando cirurgias de risco. Sejam deuses, forças superiores ou pensamentos positivos: há tantos placebos levando à cura, tantas doenças curadas pela fé e tantos abraços como terapia.
E assim será este blog. Conjunto. Para tratar de pílulas com príncipio ativo e de jujubas, de médicos palhaços, de doenças raras, de tratamentos inovadores. Da saúde como um todo, saúde esta que não sabemos definir, mas sempre buscamos, desde que nos entendemos por gente.
Sintam-se em casa.